TEMA: diversidade (atividade divertida)

Ciranda da Bailarina

Chico Buarque

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho*
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...

Cada ser humano é único no universo, todo ele tem além de qualidades, imperfeições e com suas características próprias esse ser está envolto de uma diversidade cujas ações e formas de pensar e agir, quer sejam boas ou ruins, simples ou complexas, comuns ou extraordinárias se congregam numa mesma espécie.

Como diria Borres Guilouski vivemos num mundo de diversidade e ela torna o nosso mundo rico e variado. Querer que todos sejam iguais, empobrece o nosso modo de viver, limitando a possibilidade da criatividade, da expressão, do novo e do diferente. Em relação às pessoas, essa pluralidade se manifesta no modo ou jeito de ser de cada um, de pensar, de acreditar, de compreender o mundo e de viver a vida, a partir de uma determinada cultura, tradição, religião ou filosofia de vida.

Proposta de atividade para sala de aula a partir da música Ciranda da Bailarina:

1.     Ouvir a música com toda a turma com letra projetada na parede.

2.     Distribuir a turma em 6 grupos para representar cada estrofe da música e cada um será responsável por criar sua coreografia no primeiro momento e no segundo momento cada grupo vai recitar a estrofe e resumi-la numa frase explicando “por que a bailarina não têm...”

3.     Dizer em que verso ou palavra o inspirou para criar sua frase para resumir a estrofe da música e explicar.

4.     Feedback do Professor.

A atividade foi realizada como sugerida, na aula de ensino religioso, com a turma de 9ºano e os alunos foram criativos na coreografia, como se imitasse ações sugeridas na música e em seguida resumiram as estrofes, onde obtivemos o seguinte de cada grupo e suas respectivas estrofes:

Grupo 1 (estrofe 1): “A bailarina não adoece...”

“Marca de bexiga ou vacina”... Porque nem rico fica livre de adoecer...

Grupo 2 (estrofe 2): “A bailarina não teve infância...”

“Nem casca de ferida”... Pois se ela brincasse e se arriscasse ela poderia cair e ter...

Grupo 3 (estrofe 3): “A bailarina não tem emoções...”

“Medo de cair...de subir e de vertigem”... Por que ela não sente medo? Porque simplesmente ela não vive...

Grupo 4 (estrofe 4): “A bailarina não tem a chance de aprender...”

“Todo mundo faz pecado”... Ela não tem vida própria, parece uma santa...

Grupo 5 (estrofe 5): “A bailarina não tem família...”

“Problema na família”... Porque ninguém vive sozinho e na família sempre haverá pensamentos divergentes e situações de conflito...

 Grupo 6 (estrofe 6): “A bailarina não tem o que pensamos, ou seja, a perfeição... ”

Procurando bem
Todo mundo tem...    Essa foi a estrofe que nos foi dada e nela inspiramos nosso pensamento. Não existe perfeição no ser humano...

Feedback do professor:

Elogiamos a turma pela criatividade e boa apreensão do tema da dinâmica e concluímos que por mais que idealizemos as pessoas, que façamos estereótipos de heróis, elas não são perfeitas e como todo ser humano “de carne e osso” uma hora vai agradar outra vai desagradar e com suas limitações e “defeitos” devemos aprender a conviver, além de nos reconhecermos tão falhos quanto elas.

OBS: A atividade foi agradável e divertida!