O poder das palavras:
Certa vez, um homem tanto falou
que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso. Algum tempo
depois, descobriram que o rapaz era inocente, ele foi solto, e, após muita
humilhação resolveu processar seu vizinho (o caluniador).
No tribunal, o caluniador disse
ao juiz:
- Comentários não causam tanto
mal... e o juiz respondeu:
- Escreva os comentários que você
fez sobre ele num papel, depois pique o papel e jogue os pedaços pelo caminho
de casa e amanhã volte para ouvir a sentença!
O homem obedeceu e voltou no dia
seguinte, quando o juiz disse:
- Antes da sentença, terá que
catar os pedaços de papel que espalhou ontem!
- Não posso fazer isso,
meritíssimo! - respondeu o homem - o vento deve tê-los espalhados por tudo
quanto é lugar e já não sei onde estão!
Ao que o juiz respondeu:
- Da mesma maneira, um simples
comentário que pode destruir a honra de uma pessoa, espalha-se a ponto de não
podermos consertar o mal causado; se não se pode falar bem de uma pessoa, é
melhor que não se diga nada!
Sejamos senhores, dono de nossa
língua, para não sermos escravos de nossas palavras.
No mundo sempre existirão pessoas
que vão te amar pelo que você é, e outras que vão te odiar pelo mesmo motivo.
Acostume-se...
Quem ama não vê defeitos... quem
odeia não vê qualidades e, quem é amigo, vê as duas coisas!!!
Antes de falar, escute.
Antes de escrever, pense.
Antes de gastar, ganhe.
Antes de julgar, espere.
Antes de orar, perdoe.
Antes de desistir, tente.
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O Lobo Caluniado
A floresta era meu lugar. Eu morava lá e
cuidava dela. Tentava mantê-la limpa e em ordem.
Num dia ensolarado, enquanto
estava retirando o lixo que um campista havia deixado, eu ouvi uns passos.
Pulei atrás de uma árvore e vi uma menininha meio feia descendo o caminho e
carregando uma cesta. Logo desconfiei dessa menininha porque estava vestida de
maneira tão estranha – toda de vermelho e com a cabeça coberta de tal forma que
parecia não querer que alguém soubesse quem era. Claro que parei para verificar
quais eram suas intenções. Perguntei quem era aonde ia, de onde vinha. Ela me
contou uma história mal contada, de que ia para a casa da avó com uma cesta de
comida. Parecia ser uma pessoa honesta, mas acontece que ela tava na minha
floresta e, de fato, parecia meio suspeita com essa roupa estranha que vestia.
Então, resolvi lhe dar uma lição para mostra como era séria essa história de se
pavonear pela floresta sem ser anunciada e vestida dessa maneira.
Deixei-a seguir seu caminho, mas logo corri
na frente para chegar na casa da sua avó. Quando vi aquela velha senhora
simpática, eu lhe expliquei meu problema e ela concordou que sua neta precisava
aprender uma lição. Escondeu-se debaixo da cama, esperando que eu a chamasse
quando fosse necessário. Quando a menina chegou, eu a convidei para ir ao
quarto onde eu estava. Eu estava na cama, vestido como sua avó. A menina entrou
toda corada e disse alguma coisa mal criada sobre minhas grandes orelhas. Já
havia sido insultado antes, tentei então aproveitar suas palavras, sugerindo
que minhas grandes orelhas me ajudariam a ouvir melhor. O que eu quis dizer é
que eu gostava dela e queria dar maior atenção ao que ela dizia. Mas aí, ela
fez uma gozação, dizendo que os meus olhos eram esbugalhados. Agora, você pode
entender o que eu estava começando a sentir por aquela menina. Com essa fachada
tão bonita, ela escondia era uma pessoa muito desagradável. Mas resolvi lhe
dizer que meus olhos grandes me ajudavam a vê-la melhor.
O insulto seguinte realmente me atingiu. Eu
tenho um problema com esses meus dentes muito grandes. E essa menina fez uma
mal criação a respeito deles. Sei que devia me controlar, mas pulei da cama e
rosnei dizendo que meus dentes me ajudariam a comê-la melhor.
Agora, veja bem, nenhum lobo nunca comeria
uma menininha, todo mundo sabe disso, mas essa menina maluca começou a correr
pela casa gritando e eu correndo atrás dela tentando acalmá-la. Eu já tinha
tirado a roupa da vovó, mas isso parecia piorar as coisas. Até que de repente, a
porta se abriu com um estrondo e um lenhador grandalhão estava lá de pé com seu
machado. Eu olhei e vi que estava em apuros. Havia uma janela aberta perto de
mim e pulei fora.
Gostaria de dizer que esse foi o fim da
história. Mas acontece que aquela vovó nunca contou o meu lado da história.
Logo se espalhou o boato de que eu era um lobo mesquinho e chato. Todo mundo
começou a se esquivar de mim. Não sei bem o que aconteceu com aquela menininha,
mas eu não vivi feliz para sempre.
Leif Fearn.
Disponível em: <http://coletaneadetextos.blogspot.com.br/2008/07/o-lobo-caluniado.html>
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O poder da palavra: Entenda a força da fala
(*) Por Sandra Rosenfeld
(contato@sandrarosenfeld.com.br)
Um dos maiores, e mais impressionantes, poder que a
maioria de nós temos é a palavra. É a
fala.
A palavra
pode levantar ou derrubar, agradar ou desagradar, emocionar ou irritar, trazer
para perto ou afastar. Pode ser mel ou fel, tanto para quem ouve como para quem
fala.
Num momento
ela exprime toda uma paixão, todo um amor, ternura, admiração, respeito, e num
outro toda a raiva, rancor, ressentimento, inveja.
A palavra
pode estar respaldada na verdade ou esconder a mesma verdade. Mas isso não é
difícil de perceber por aquele que tem uma consciência maior de si mesmo e,
portanto, do outro. Simplesmente porque a palavra não vem sozinha nunca.
A palavra não é independente. Ela está sempre
atrelada ao tom da voz, a emoção colocada, a respiração, ao ritmo em que é
dita, ao olhar, aos gestos... E quando ela é falada em sintonia com tudo isso,
vem carregada de um poder muito grande, tanto para o bem quanto para o mal. É
uma forma de energia fortíssima!
No entanto,
algumas pessoas ainda se escondem atrás das palavras e, muitas vezes, enganam a
si mesmas e aos outros. São pessoas que se conhecem mal, se tornando presas
fáceis delas próprias e do outro.
O autoconhecimento tem a ver com olhar para dentro,
com o silêncio, com a coragem de lidar com as emoções. É uma conquista!
E por que se faz tanto uso da palavra para apontar
as falhas e tão pouco para enaltecer as qualidades?
Quantas vezes você acha que a pessoa está bonita,
mas fica só no seu pensamento? Quantas vezes alguém se mostra inteligente ou
tem uma atitude digna de um elogio, você sabe disso e, mais uma vez, fica
apenas no seu pensamento?
Eu tenho por hábito elogiar sempre quem acredito
que deva ser elogiado, ou seja, não gasto minhas palavras em algo apenas para
agradar. Se encontro alguém, homem ou mulher e, a meu ver, está bonito ou teve
uma atitude bacana, procuro sempre elogiar. Não guardo para mim, divido.
Tem coisa
melhor do que receber um elogio verdadeiro? É um afago no coração, tanto de
quem recebe quanto de quem elogia, porque o retorno é imediato através do
sorriso, do olhar, da alegria.
Agora, vamos
combinar, se achou bonito ou bonita, diz: Você está bonita, está lindo!!! Nada
de dizer: Como você está bem... Não economize palavras nessas horas. Elogie sem
medo de fazer o outro e a si mesmo feliz!!!
Mas, se você não tem nada de bom para falar, então
fique quieto, silencie. O silêncio muitas vezes é o som mais agradável que se
pode ouvir.
E usar o poder da palavra para falar mal de outra
pessoa quando a mesma não está presente, esquece. Não faça isso. É feio, é
grosseiro, é o retrato de quem não tem vida própria e é covardia.
Enfim, use a palavra da melhor forma possível para
fazer a sua vida e a de quem passa pelo seu caminho, mais alegre, divertida e
feliz.
(*) Sandra
Rosenfeld (contato@sandrarosenfeld.com.br) é escritora, coach pessoal,
palestrante e instrutora de meditação. Autora do livro “O que é Meditação”, Ed. Nova Era.
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ESTIMULE A AMIZADE EM SALA DE AULA
O LAÇO E O ABRAÇO
Mário Quitana
Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é
curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola,
vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração
com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço
no presente, no cabelo,
no vestido, em qualquer coisa
onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é
que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o
abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica
solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não
faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a
amizade.
Tudo que é sentimento. Como um
pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas
pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do
laço.
Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se
diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus
pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são
isso...
Não prendem, não escravizam, não
apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou
de ser um laço!
Disponível em: <http://www.velhosamigos.com.br/AutoresCelebres/MarioQuintana/marioquintana.html#olaco>
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Sugestão: Fazer reflexão dos textos na sequência proposta. Em seguida pedir que os alunos produzam uma história em quadrinhos ou redação baseando-se no tema, Título Livre, onde eles possam demonstrar os erros e acertos quanto ao uso da palavra, a importância da escuta e da amizade; ou ainda distribuir a turma em grupo e entregar os textos para que a partir da leitura deles, possam produzir uma apresentação criativa: que usem desde o seminário a peça de teatro. (sugira que não se detenham a cartazes, mas que usem slides, músicas e a livre oratória. Boa aula!)